Na manhã seguinte, uma atmosfera incomum pairava sobre o acampamento. O sol mal havia rompido a linha do horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, mas um silêncio atípico envolvia o em torno da barraca. Os passarinhos não cantavam com o vigor de costume na mata, e até o murmúrio distante do riacho parecia abafado.
Foi a menina quem primeiro notou algo estranho. Ao sair da barraca, seus pequenos olhos se arregalaram diante de uma série de círculos perfeitos achatados na vegetação rasteira ao redor da fogueira. A grama parecia ter sido delicadamente dobrada, não quebrada ou pisoteada, formando padrões geométricos nítidos.
- Pai, olha!
Exclamou, nervosa. Sua voz estava carregada de um misto de excitação e apreensão.
O pai, que preparava o café, aproximou-se rapidamente, seguido por Lucas, que bocejava e arrastava os pés. Ao verem as marcas, o sono evaporou instantaneamente do rosto do adolescente, e a expressão do pai tornou-se séria, reflexiva.
- Mas o que é isso?
Murmurou o pai, examinando um dos círculos com cautela. Não havia pegadas humanas por perto, e a precisão dos desenhos era perturbadora.
O adolescente, com uma curiosidade nervosa, pegou um galho e cutucou a grama dobrada.
- É como aqueles desenhos que a gente vê em documentários... círculos nas plantações. Mas aqui não tem plantação.
Sua voz carregava uma ponta de incredulidade e um medo crescente.
A criança, por outro lado, parecia fascinada. Ela se ajoelhou ao lado de um dos círculos. Os seus olhos estavam brilhando de uma maneira diferente da noite anterior.
- São eles, pai? Os alienígenas vieram nos visitar?
Havia uma ingenuidade palpável em sua pergunta, desprovida do ceticismo do irmão mais velho.
A reação do pai era uma mistura complexa de racionalidade e uma ponta de excitação diante do inexplicável. Ele sempre fora um entusiasta da ciência e do mistério do universo. E a possibilidade, antes apenas teórica, agora parecia palpável.
- Não podemos ter certeza, filha.
Respondeu, com a voz um pouco mais baixa do que o normal.
- Mas isso... isso é muito estranho.
Ele olhou ao redor, para a floresta densa que cercava o acampamento, como se esperasse que alguma nave espacial surgisse entre as árvores.
O medo fez uma visita e começou a se instalar em Lucas. A ideia de alienígenas era divertida nos filmes, mas a possibilidade de estarem ali, tão perto, era aterradora.
Ele olhou para o pai, buscando uma explicação lógica, ou uma negação reconfortante. Mas a expressão do pai era a mesma dele, era de contemplação, não de descarte.
- A gente devia ir embora.
Disse Lucas, com a voz hesitante.
- Agora. Isso não parece seguro.
A menina franziu a testa.
- Mas eu queria ver eles!
Sua curiosidade infantil superava qualquer senso de perigo imediato.
- Ah! Não, não vai querer ver não.
Lucas nega por três vezes em aflição.
O pai ponderou por um momento. Ele sentia a urgência no tom de Lucas, mas também a fascinação inocente da criança.
- Calma, pessoal!
Disse ele, tentando manter a compostura.
- Vamos observar. Não há sinais de perigo iminente. Vamos tomar o café da manhã e pensar com calma sobre o que fazer.
Enquanto preparavam o café, o silêncio era quebrado apenas pelo crepitar do fogo e pelos olhares furtivos que os três lançavam para os misteriosos círculos na grama. A conversa não vinha. Não chegava até eles. E o silêncio era mortal.
Na conversa da noite anterior, aquelas indagações sobre as luzes no céu, agora ecoavam com uma nova intensidade. O assunto estava carregado de um significado que nenhum deles poderia ter previsto.
A aventura do acampamento havia tomado um rumo inesperado, mergulhando-os em um mistério que desafiava a compreensão do mundo e do universo. A evidência silenciosa da possível presença alienígena havia transformado a tranquilidade da manhã em um momento de tensão e expectativa, onde a imaginação corria solta, confrontando a realidade do desconhecido.
O registro de tudo aquilo, que ficou documentado por civilizações que nos antecederam; não são poucas marcas da presença deles por aqui. São edificações que encontramos pelo planeta a fora. Elas denunciam uma presença junto de nós.
Lucas, agora sabe, consultando pelo celular. Sacsayhuamán, no Peru, uma fortaleza construída com enormes pedras; e os desenhos das linhas de Nasca. Também, outras intrigantes construções, as pirâmides do Egito em Gizé. Teotihuacán, que significa "Cidade dos Deuses", é uma cidade antiga e extensa no México.
- Olha, pai! Vi na internet.
"A ideia de que houve a presença de extraterrestres na nossa história é um tema fascinante, que permeia tanto a cultura popular quanto algumas teorias interpretada de diferentes maneiras pela comunidade científica".
Apreensivo com os fatos, resolve levantar acampamento e partir. Ele sabe da estranheza dos acontecimentos.
Partilha da tese dos Antigos Astronautas. Um contato pode ser iminente.
- Pai! A gente vai embora mesmo?
- Sim, filhinha. Já é hora de ir pra casa. Vamos tomar um banho quente e assistir televisão.
- O que o mano tanto procura no celular?
- Nada! Isto ele sempre tá fazendo.
Passa a mão sobre a cabeça do filho e diz:
- Vamos! Para de fuçar nesta coisa e me ajuda com a barraca.
O material todo é colhido, guardado nas mochilas e… A caminho de casa.
Será que os alienígenas estão observando a caminhada deles pela mata?
Foram instigados. Agora, esta possibilidade existe.
Pensamentos de preocupação passam pela cabeça do pai, enquanto caminham por entre as árvores do mato.
Uma emboscada pode ser surpreendida a frente.
Não era o medo. Mas algo muito próximo disto estava com eles. Olhos por trás dos arbusto perecem segui-los.
Uma sensação preocupante andava junto. O pai escolhia por onde andar, indo a diante do grupo. O filho vinha atrás, conduzindo a irmã a sua frente.
Era evidente que não andavam tranquilos.